Reprovação
pode acabar nas escolas
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Rede
pública estuda um novo método de avaliação no ensino fundamental a partir de
2013. Se a mudança for adotada, a divisão em séries será abolida e passarão a
valer ciclos, sem a possibilidade de reter o estudante no fim do ano letivo.
O ensino fundamental da rede
pública de ensino do Distrito Federal pode passar por mudanças significativas
no próximo ano letivo. A atual divisão por séries poderá ser substituída por
ciclos educacionais, de dois a quatro anos. A ideia é dar fim à reprovação dos
estudantes dentro de cada ciclo para garantir a permanência deles na escola. A Secretaria
de Educação estuda a possibilidade, mas não a assume oficialmente. Mesmo
assim, o assunto provoca questionamentos entre professores e pais de alunos,
por meio das entidades representativas de cada classe, pela falta de debate com
a sociedade.
Grupos de trabalho da secretaria
se reuniram, desde o último dia 28, na Escola de Aperfeiçoamento dos
Profissionais da Educação (Eape) para debater o currículo escolar. O
último encontro ocorreu na manhã de ontem. Um dos professores que esteve
presente afirma que, no primeiro dia, os participantes receberam a informação,
pela assessoria do secretário de Educação, Denilson Bento da Costa, de que a
mudança começaria a valer em 2013. “Levantamos dúvidas em relação à medida, mas
nada foi esclarecido. Disseram-nos apenas que os detalhes estão sendo avaliados
e que a mudança atinge todas as séries do ensino fundamental”, afirmou o
participante da reunião, que não quis ser identificado. De acordo com ele, o
descontentamento entre os docentes foi tanto que o debate ficou esvaziado
depois da notícia.
Com base em informações recebidas por integrantes
dos grupos de trabalho da secretaria, o Sindicato dos Professores (Sinpro-DF)
também se manifestou contra a mudança para o ano que vem. “Para colocar em
prática uma proposta dessa envergadura, é preciso um debate amplo com a
sociedade. A chegada dos ciclos exige formação adequada dos professores e
estrutura pedagógica. Se ocorrer dessa forma, será um grande erro do governo”, critica
o diretor do Sinpro Washington Dourado. Na opinião dele, alterar a forma de
avaliação dos estudantes interfere diretamente na rotina de sala de aula, uma
vez que o método passa a ser global, e não mais de conteúdos específicos.
Do outro lado, o governo nega que
tenha pulado a etapa de discussão com os profissionais de educação e a comunidade
escolar. O secretário Denilson Bento da Costa afirma que as reuniões dos
últimos dias provam a participação ativa dos professores. “Estamos
sistematizando o documento construído nas plenárias em todas as cidades, feitas
em 2011, para definir o projeto político-pedagógico da secretaria e avaliando o
currículo escolar para que as disciplinas conversem melhor entre si”, explica o
secretário. Em relação ao fim da progressão por séries, Denilson Bento afirma
que só vai se pronunciar quando houver uma posição consolidada do governo. De
acordo com ele, nenhuma alteração deve surpreender os profissionais de
educação.
Novidade
Novidade
Para os pais, no entanto, qualquer modificação no
modelo de avanço escolar vai ser novidade. O presidente da Associação de Pais e
Alunos das Instituições de Ensino do DF (Aspa-DF), Luis Cláudio Megiorin,
afirma que a entidade não tomou conhecimento da proposta. “Parece que vamos
dormir com uma norma e acordar com outra. Assim, ninguém consegue planejar
nada”, reclama Megiorin. Para ele, não reprovar os alunos é uma forma de
“maquiar” os problemas de qualidade da educação básica.
A opinião é compartilhada pelo professor da
Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) Cleyton Gontijo. “Não
consigo vislumbrar uma maneira disso funcionar bem nos últimos anos do ensino
fundamental, tendo em vista a complexidade dos conteúdos escolares da fase”,
afirma. Ele acredita que, para ser eficiente, a mudança deveria ser acompanhada
de maior disponibilidade da carga horária dos professores para atividades
extra-curriculares e reforços, além damaior oferta de espaços educativos, como
bibliotecas, laboratórios e de arte.
Modelo importado
O sistema de progressão continuada e a extinção da avaliação no fim de cada ano letivo não serão uma experiência única do DF. Nas redes públicas municipal e estadual de São Paulo, o modelo é aplicado de forma obrigatória. Com isso, não há reprovação durante um período. No entanto, o conteúdo permanece baseado no ano letivo, assim como os livros didáticos, a organização dos professores e do currículo como um todo.
Fonte: http://www.correiobraziliense.com.br
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